Os representantes do Ministério Público (MP) estadual em Angra dos Reis abriram, nos últimos meses, uma série de procedimentos para investigar denúncias que atingem todos os 11 vereadores. Há pelo menos 21 inquéritos. Só nesta semana, mais oito foram encaminhados à Justiça pelo MP. (...)
A maioria dos vereadores, alguns mais outros menos, está encrencada com denúncias de irregularidades. (...)
O vereador Odir Duarte, que já tem processo tramitando na justiça por improbidade administrativa, também responde a inquérito policial por agressão a tapas em uma senhora, e estaria envolvido numa investigação da Polícia Federal. Tem também denúncia de ex-servidora de que seria obrigada a repartir seu salário com pessoa da família do vereador.
Além disso, ele é um dos principais personagem (está assim, eu não tenho culpa!) do procedimento aberto pelo MP para apurar o uso de verbas do estacionamento rotativo, em convênio da Santa Casa com a prefeitura, no período em que foi provedor da instituição, função que deixou, por força da lei, no fim de dezembro de 2007.
Renúncia
Um dos investigados, o presidente da Câmara, Ricardo Dutra, da Associação dos Deficientes Físicos de Angra dos Reis (Adefar), que sofreu busca e apreensão esta semana, determinada pela Vara de Fazenda, (matéria nesta edição), estaria correndo o risco de ser preso. (...)
Lavagem de dinheiro
Em caso de renúncia, Ricardo teria de passar a função para o vereador José Maria da Farmácia, 1º vice-presidente, que estaria tão ou mais encrencado nas investigações do MP do que o próprio Ricardo.
Além das irregularidades em seu gabinete, onde estariam lotados vários pastores fantasmas, ele teria sido denunciado por práticas abusivas em relação a uma escola de música, no Camorim, onde também seria patrono de uma creche que recebe verbas da prefeitura.
Além disso, Zé Maria estaria sendo investigado, tanto pelo PM (o jornal queria dizer MP) como pela Polícia Federal, por enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Risco de prisão
Outro com problemas com o MP é o vereador José Essiomar Gomes, patrono do Centro Social Francisco José, que é presidido por sua esposa.
O MP tem fotos da sede da entitade, na Praia do Jardim 1, no bairro Marinas, que está fechada. (...)
O MP incluiu no inquérito um folheto de fim de ano no qual Essiomar aparece com crianças de uma creche na Vila Nova (ex-Tararaca), com a inscrição de patrono da entidade, caracterizando propaganda eleitoral antecipada, com uso de dinheiro público, já que recebe repasse de convênio com a prefeitura. (...)
Uniforme fantasma
A vereadora Vilma Teixeira dos Santos, sobre a qual pesa diversas denúncias de irregularidades como patrona da ABC, que recebe verbas da prefeitura, também estaria sendo investigada naOepração Uniforme Fantasma, da Polícia Civil.
Salários atrasados
Na semana passada, o MP recebeu mais uma denúncia contra o vereador Pedro Miguel. Desta vez, partiu de funcionários da escola que ele mantém no Campo Belo com dinheiro repassado pelo governo do estado. De acordo com a denúncia, eles não recebem salário há oito meses. (...)
Nepotismo fantasma
Contra o vereador Marco Aurélio Vargas Francisco consta denúncia no MP de que ele empregou, a partir de janeiro de 2003, a esposa e dois filhos em seu gabinete. O nepotismo ainda não é crime no legislativo, mas segundo a denúncia, os filhos "eram fantasmas", moravam e estudavam no Rio de Janeiro, e a família "recebia os maiores salários do gabinete". A situação, de acordo com o promotor, caracteriza improbidade administrativa e crime de peculato, cuja pena pode chegar a 12 anos.
O vereador Aguilar Ribeiro também é investigado pelo MP por improbidade administrativa e peculato. Nos autos da denúncia consta o emprego de duas amantes fantasmas, (...) Esta situação irregular teria permanecido até dezembro de 2006.
Nas investigações do MP, e neste caso, também da Polícia Federal, constam ainda denúncias de irregularidades em entidades localizadas em Santa Rita do Bracuí e no bairro da Gamboa, que seriam patrocinadas pelo vereador Carlinhos Santo Antônio. Seriam três entidades filantrópicas que também receberiam repasses de convênios com a prefeitura.
Contra o vereador Elias José Rabha consta um processo na justiça por improbidade administrativa. Ele está sendo processado pelo MP porque, como presidente da Câmara, aposentou um funcionário em estado terminal, doente de AIDS. O MP entendeu que o gesto de caridade foi irregular. Além disso, há acusações de ex-servidores de que ele teria mantido, em época passada, funcionários fantasmas em seu gabinete.
Ufa!
Acabou a matéria. Se alguém tiver notícia sobre o andamento desses processos, comuniquem.
O mais "estranho" é que o tal jornaleco ainda apóia esse povo todo.
8 comentários:
Parabéns, fico muito feliz de saber que pessoas como você dedica algumas horas do seu dia para ajudar a lembrar e pedir informações sobre os assuntos que são lançados na mídia e que depois por interesses pessoais não há uma continuidade nas investigações.
Se conseguir informações sobre essas denuncias não deixe de publicá-las.
Depois eles enchem a boca para dizer que são pessoas de bem? Acreditam em milagres? Nós também não!
Obrigada pela lembrança dessa matéria que lemos e depois não cobramos mais e pior muita gente acabou apoiando-os e ainda vai apoiar dúvida? É só ler sobre a disputa das cadeiras e das secretárias...
Obrigado pela força. Pode deixar que eu estou "fuçando" alguns sites para buscar o fio da meada. Assim que souber novidades oficiais (sem factóides), eu postarei.
Que coisa! Ninguém presta nesta câmara. Ainda bem que aconteceu uma renovação. Não é grande coisa ainda, mas já é um começo.
Léia G:
Renovação houve. O problema é que os que ficaram somados aos que podem entrar através de conchavos vão deixar a Câmara com o mesmo "perfil".
Pelo que eu soube, o vereador Fiote também estava com os filhos fichados no seu gabinete, e morando no Rio, onde faziam faculdade.
Cambada de sacripantas, esses sem-vergonhas. E pensar que alguns foram reeleitos.
Ainda querem argumentar que cidadãos de bem também votaram neles.
Só votaram neles os desinformados e os maus cidadãos.
Político e servidor público não deveria ter o benefício da dúvida não. Deveriam ser afastados já quando houvesse "suspeita". Se provado o contrário, aí sim voltariam. Se fossem culpados seriam apedrejados em praça pública. É o único caso em que aceito a pena de morte: político ladrão.
Quanto ao jornal, mais que evidente que deve ser boicotado. Vamos fazer uma campanha pra isso ?
Lembrei do Odir numa entrevista de TV dizendo, com aquela cara de deboche que lhe é característica, que havia optado por um repasse fixo de vinte mil reais pelo serviço do estacionamento. Alegou que era melhor receber pouco mas um valor fixo. Que o repasse percentual dificultava o planejamento dos recursos, um dia vinha muito mas no outro vinha pouco etc etc etc.
E todo mundo sabe que o estacionamento rotativo do centro é uma mina de ouro.
Pau nesses safados.
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